Tursunov: «Dizem-me que se soubesse que ia treinar no circuito WTA me ia suicidar»

Tursunov: «Dizem-me que se soubesse que ia treinar no circuito WTA me ia suicidar»

Por Pedro Gonçalo Pinto - novembro 18, 2022
TASS

Dmitry Tursunov foi número 20 do ranking ATP e esteve longe de pensar, durante os tempos de jogador, que um dia ia ser treinador… ainda por cima no circuito WTA. Depois de ter trabalhado com Aryna Sabalenka, Anett Kontaveit ou de um período experimental com Emma Raducanu, agora está com Belinda Bencic e analisa a evolução da sua vida.

RETROSPETIVA DA CARREIRA

Sinceramente, não olho muito para trás, sempre me custou avaliar a minha carreira. Sinto que podia ter sido muito melhor, mas não amava tanto o ténis como Rafa Nadal. Comparando com os jovens, vejo que sacrifiquei muito mais, mas em comparação com Roger Federer não foi o suficiente. Mas fui número 20, então tive uma carreira melhor do que a de muitos jogadoras. Mas olhem para Holger Rune. Ganhou Paris-Bercy com 19 anos e eu nunca passei da segunda ou terceira ronda, então vejo que sou um fracassado.

TREINAR NO CIRCUITO FEMININO 

No meu tempo de jogador havia o pensamento de que as treinadoras de mulheres não eram realmente boas. Muitos brincam comigo e dizem-me que se há dez anos soubesse que ia treinar no circuito WTA me ia suicidar. Mas cá estou. Faz sentido eu ter acabado como treinador porque sempre gostei de ajudar, mas nunca imaginei que ia fazer vida disto. É curioso que agora viajo mais do que no resto da minha vida e desfruto mais do que quando jogava.

ESCOLHA DE JOGADORAS

Procuro sempre alguém que queria melhorar, não pensa na altura, idade ou qualquer outro fator. Adorava ganhar um Grand Slam como treinador, mas não depende de mim. Só estou aqui para ajudar alguém a melhorar, sabendo que há limitações físicas que colocam dificuldades. Focar em vencer alguém em particular é muito complicado, mas focar em melhorar e ser o melhor possível é mais alcançável.

  • Categorias:
  • WTA
O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt