Beatriz Haddad Maia em entrevista [parte II]: «Portugal ajudou-me sem querer nada em troca»

Beatriz Haddad Maia em entrevista [parte II]: «Portugal ajudou-me sem querer nada em troca»

Por Pedro Gonçalo Pinto - julho 30, 2022

Na segunda parte da entrevista exclusiva com Beatriz Haddad Maia, a número 26 do ranking WTA falou sobre os objetivos que tem para o resto desta temporada — incluindo um muito especial –, mas também sobre os tempos que passou em Portugal para se reerguer. Uma etapa importante num processo que deixa Bia orgulhosa.

BOLA AMARELA – Muito do processo de recuperação aconteceu com vários meses em Portugal, um país que certamente se tornou especial. Quais são as melhores memórias que guarda?

BEATRIZ HADDAD MAIA – Com certeza Portugal foi importante nesse momento. Tive oportunidade de começar a jogar torneios, o Vasco Costa sempre me ajudou no que precisasse com convites. A Confederação Brasileira de Ténis e a Federação Portuguesa de Ténis tinham uma parceria, então receberam-me super bem. Todas as pessoas que organizaram os torneios nas cidades em que fui receberam-me muito bem também. Senti-me em casa. É nos momentos difíceis que vemos quem nos quer ajudar. Ajudaram-me sem quererem nada em troca e estou muito grata pelos momentos que passei em Portugal. Vou guardar com muito carinho, especialmente o meu primeiro título depois de voltar aos courts.

BA – Sei que pintou o cabelo de azul depois de um torneio… Quer fazer uma aposta se se qualificar para as WTA Finals deste ano?

BHM – (risos) É verdade, pintei o cabelo de azul, foi uma aposta com uma amiga minha. É muito giro ter desafios e fazer algumas brincadeiras. Sou uma pessoa que se motiva bastante com isso. Mas acho que não vou pintar o cabelo outra vez, não. Gostaria muito de doar o meu cabelo. Está bem grande, então vou deixar crescer um pouco mais para fazer uma doação e aí seria bom não ter nenhum químico nele.

BA – Já alcançou muito e tornou-se na melhor brasileira de sempre da Era Open no ranking WTA. Quão especial é saber que está a escrever história?

BHM – Não penso muito em números, em ranking. Não gosto de me comparar com os outros. Jogo sempre para mim e para ser uma melhor Bia e não a melhor brasileira ou sul-americana. Claro que fico feliz de quebrar alguns recordes e rankings no Brasil, mas o melhor é cada vez que eu voltar eu ser mais forte, tentar a minha melhor versão. Eu mesma sou a maior motivação.

BA – Qual passa a ser o grande objetivo até ao final da temporada? Top 20 e sonhar com top 10?

BHM – O objetivo agora é terminar no top 20. Como tracei essas metas com a minha equipa, essa é a próxima viagem que eu faço. Colocámos isso como um objetivo muito bom, mas o ténis é muito difícil. Há a defesa dos pontos, há outras jogadoras a competir. É difícil saber números. O principal objetivo é estar saudável, terminar esta gira bem fisicamente e manter o trabalho em cima do meu plano de jogo agressivo.

BA – Termino com um desafio de escolher o momento que quer viver até ao final da época!

BHM – Quero estar saudável até ao fim do ano porque quero jogar pares com a minha avó quando voltar da viagem. Esse é o meu objetivo!

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O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt