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O relato dramático de Bruno Soares: «Parecia que estava a ser esfaqueado»
Aos 39 anos e no 13.º lugar do ranking mundial de pares, Bruno Soares viveu uma experiência traumática nesta edição dos Jogos Olímpicos. É que o brasileiro, que ia competir ao lado de Marcelo Melo, viu-se privado de entrar em ação nas Olimpíadas de Tóquio devido a uma apendicite que o fez sofrer muito na viagem de avião para o Japão. A tentar recompor-se de tudo o que se passou, o brasileiro contou tudo na primeira pessoa.
“Tudo começou ainda no caminho até Tóquio. Estava no aeroporto quando comecei a sentir um incómodo no meu abdómen, mas ignorei os sintomas pois achava que não era nada importante. Assim que entrei no avião, veio o grande trauma: uma dor descomunal começou a tomar o meu corpo. A sensação era tão forte que parecia que estava a ser esfaqueado. Eu já estou vacinado e já tive Covid-19, então imaginei que não era nada relacionado com isso, mas sofri calado por medo de criar alarme. Após cinco horas de voo, não consegui mais aguentar e comecei a vomitar. O facto de estar a mais de 10.000 pés do chão firme me deixava ainda mais angustiado, pois não tinha para onde correr”, partilhou, num artigo publicado no portal ‘Veja’.
“Ao chegar em Tóquio recebi atendimento médico e fui informado do diagnóstico: era uma apendicite que ia me tirar dos Jogos. Debati as possibilidades com a comissão técnica e resolvi esperar para ver como o meu corpo amanheceria, mas logo constatei que não tinha como continuar. Eu sabia que os Jogos já tinham acabado para mim, por isso decidi focar na minha saúde. Passei por uma cirurgia de apenas 30 minutos e fiquei mais oito dias em solo japonês para me recuperar totalmente. Assim que recebi alta do hospital e cheguei à Aldeia Olímpica, a minha ficha começou a cair: o sonho olímpico tinha mesmo acabado”, acrescentou.
Triste com tudo o que se sucedeu, o único ponto positivo que Bruno Soares consegue retirar foi a vitória que alcançou para ficar bem de saúde. “Preparei-me muito para Tóquio e estava no auge da minha carreira, o que tornou tudo ainda mais dececionante. Atualmente sou o campeão do US Open, um dos maiores torneios de ténis no Grand Slam. Eu e a minha dupla, o Marcelo, batemos na trave nas últimas duas Olimpíadas, mas sentíamos que esta era a nossa grande chance de levar uma medalha para casa. Infelizmente, não pude lutar por ela nos courts, mas sinto que travei minha própria batalha do lado de fora”, rematou.
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