De Minaur: «Voltei a um lugar que tinha abandonado: sou feliz»

De Minaur: «Voltei a um lugar que tinha abandonado: sou feliz»

Por José Morgado - setembro 12, 2019
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Tennis – Australian Open – Second Round – Melbourne Park, Melbourne, Australia, January 16, 2019. Australia’s Alex De Minaur during a break in the match against Switzerland’s Henri Laaksonen. REUTERS/Adnan Abidi / Tennis – Australian Open – Second Round / X90166 / ADNAN ABIDI / TENNIS-AUSOPEN/ / [SPO TEN] / MELBOURNE

Alex De Minaur, jovem australiano de 21 anos, tem vivido uma época desafiante. Começou em grande forma, conquistando o seu primeiro título da carreira em Sydey — cidade onde nasceu — mas depois enfrentou o seu grande revés da carreira, com uma lesão grave na virilha. O regresso à melhor forma aconteceu no verão, com um segundo título (Atlanta) e oitavos-de-final no US Open, batendo Kei Nishikori pelo caminho. O australiano, que treina e vive em Alicante (Espanha), garante estar agora finalmente a sentir-se bem.

“Passei muito mal durante a minha lesão. Esperava voltar ao mesmo nível no regresso, mas isso não aconteceu. Estive demasiado tempo sem conseguir ganhar um encontro”, lembrou De Minaur, que não venceu qualquer partida entre fevereiro e maio, numa mensagem emocionada para o Instagram ‘Behind the Racket’, página gerida pelo norte-americano Noah Rubin, onde vários tenistas contam o que está por detrás da raqueta.

O jovem, que segue no 31.º posto ATP, assume que voltou a ser feliz nesta fase. O ténis é uma batalha. A quantidade de coisas que precisamos de fazer para nos prepararmos para os encontros é incrível. O meu psicólogo (…) disse-me que o trabalho que estávamos a fazer não era suficiente. De facto, tivemos que fazer muito mais, porque o que estava por vir era mais difícil do que eu poderia imaginar, porque as expectativas derivadas da melhoria de um grande ano levariam a muitas dificuldades. Agora falo com ele quase todos os dias por telefone. Eu tenho uma tendência para ter expectativas sobre mim mesmo e quando não consigo fico com raiva de mim mesmo. O meu psicólogo tenta que eu tenha mais calma, e me divirta, porque é nessa altura e com esse estado de espírito que jogo melhor ténis. Tentei reprimir muitas emoções diferentes, mas não aguentava mais. A melhor coisa que aconteceu comigo foi estar mais vezes um psicólogo. Estou muito feliz por voltar a um lugar que abandonei por algum tempo: a felicidade. “

 

 

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“I had to be sidelined during my injury. I was expecting myself to come back at the same level, but ended up not being able to win a match for a fair bit. You start to doubt it all and ask yourself, “Jeez, what am I doing here? Why am I traveling?” It feels like there’s no positives. You’re traveling, away from home and you start to look at only the negatives. It takes so much effort to get yourself back into a positive head space going into the next tournament, until you lose first round again and it takes an even bigger toll. At Queens this year, after I lost my match, I didn’t want to get out of my room for a day. I finished at like 4:00 PM, went to Tescos and I bought five packets of lollies, chocolate and a Coke. I didn’t talk to anyone until midday the next day. That’s when you know you’re in a bad head space. The main thing that I realized is that anything that happens, on and off the court, highly affects you every time you play. I realized that I had to deal with my problems off-court first, to truly be able to focus solely on tennis. Tennis is a battle of its own. The amount of things you have to do to prepare for matches is unbelievable, even when you are in the right head space. I was speaking to my psychologist about once a month. I had an unbelievable year last year. He had to sit me down to let me know that what I thought was unbelievable, was going to lead to new stresses. He told me the work we were doing wasn’t enough. We actually had to do much more because what’s coming up was tougher than you can ever imagine. The expectations that came with backing up a big year led to a lot of difficulty. I now talk to him almost every day on the phone. I have a tendency to have high expectations for myself and if I don’t achieve it, that’s when I get pissed off at myself. He tries to bring out a level of calmness and enjoyment, which is when I play my best tennis. For me it has been about dealing with my problems upfront. I’ve tried to bottle up many different emotions. I couldn’t handle it anymore. The best thing that has happened to me was seeing a psychologist. I am just excited to get back to a place that I lost for a while; Happiness.” @alexdeminaur

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com