5 casos de doping que abalaram o ténis

5 casos de doping que abalaram o ténis

Por admin - junho 9, 2016

Esteve adormecido nos últimos meses, mas esta quarta-feira o caso de doping de Maria Sharapova volta às primeiras capas dos jornais e a discussão em torno do tema reacendeu com intensidade.

Os dois anos de suspensão impostos pela Federação Internacional de Ténis, decorrente do uso de meldonium durante o Open da Austrália, foram recebidos com indignação por parte da russa de 29 anos e de grande parte da comunidade tenística, que vê no castigo a sentença de morte para a carreira da antiga número um mundial.

Há quem, pelo contrário, quem considere a penalização justa e veja na decisão da Federação Internacional de Ténis um acto de coragem, por não ter intimidado com um dos nomes mais poderosos de sempre do ténis e do desporto mundial.

Mas se este é, sem a mais pequena dúvida, o grande caso do momento, verdade é também que está longe de ser caso único no ténis. Exemplos que demonstram que a primeira versão do castigo imposto pela ITF não é forçosamente a definitiva.


1. Andre Agassi

Qual é a diferença entre um careca e uma loira? Isto podia ser o início de uma daquelas anedotas rápidas que surgem à mesa do café, mas o assunto, por estes dias, é sério. Pelo menos no que ao ténis diz respeito. Fora de brincadeiras, mas aproveitando para responder à pergunta, as diferenças não são tão poucas quanto isso quando colocamos Maria Sharapova e Andre Agassi lado-a-lado.

Vejamos, enquanto a russa correu para o microfone para contar ao mundo no imbróglio em que se meteu, como forma de expiar o “grande erro” que cometera, o jogador de Las Vegas fechou-se em copas quando se viu envolvido nas malhas do doping. Quando, em 2006, Agassi disputou o último encontro da carreira, aplaudido de pé pelos mais de 15 mil espectadores presentes no Arthur Ashe Stadium, no Open dos Estados Unidos, longe estavam eles de saber que nove anos antes o ex-número um mundial se fez valer da metanfetamina, conhecida como crystal merth, uma droga dez vezes mais potente que a cocaína, para ultrapassar a má fase que uma lesão no pulso lhe trouxera.

Apanhado num controlo antidoping, Agassi pegou numa caneta e numa folha e deixou a sua lábia fazer o resto. As mentiras surtiram efeito e o ATP abafou o caso, que apenas viu a luz do dia em 2009, quando o campeão de oito títulos do Grand Slam publicou a sua autobiografia Open. Com Agassi já longe dos courts há três anos, o ATP decidiu encerrar o inquérito contra o ex-tenista, que continua a ser considerado como um dos nomes maiores da modalidade.


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2. Martina Hingis

“Tive um teste positivo, mas nunca pensei em me dopar, nunca me dopei e nunca sequer experimentei drogas. Sinto-me 100 por cento inocente”. Tal como Sharapova, Martina Hingis convocou a imprensa assim que foi acusada de violar o regulamento antidoping, em 2007. Parente os jornalistas e o mundo, a jogadora suíça jurou a pé juntos que não consumira cocaína, como indicava o resultado do teste a que tinha sido submetida durante o torneio de Wimbledon.

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Hingis, então com 27 anos e cinco títulos do Grand Slam conquistados, tentou recorrer da decisão, mas, recusando-se a passar os anos seguintes “a combater as entidade antidoping”, abandonou a competição, tendo voltado ao circuito de pares seis anos mais tarde.


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3. Viktor Troicki

Preso por ter cão e preso por não ter. Viktor Troicki não chegou a ver o seu nome sinalizado a vermelho num resultado de um controlo antidoping, mas nem por isso se livrou da suspensão. Durante o Masters 1000 de Monte Carlo, no Mónaco, em 2013, o sérvio recusou colaborar com a comissão antidoping após a sua derrota para Jarkko Nieminem, alegando que já teria avisado a organização do torneio de que estava doente.

Posto isto, cedeu a amostra de urina mas não a de sangue, o que lhe valeu uma expressiva reprimenda por parte da Federação Internacional de Ténis. Mesmo tendo passado no teste à urina, o jogador dos Balcãs foi castigado com 18 meses de suspensão, vendo a pena ser reduzida para um ano, depois de recorrer da decisão no Tribunal de Arbitragem do Desporto.


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4. Marin Cilic

Se havia caso que se podia aproximar do de Maria Sharapova era o de Marin Cilic. Isto por que o caso de doping em que se viu envolvido há três anos terá algumas semelhanças com que o russa atravessa, o que podia ser visto como um bom indicativo do que pode vir a ser a sua penalização. Mas não foi. Voltemos, então, atrás. Em julho de 2013, o croata foi informado de que o teste antidoping realizado durante o torneio de Munique, Alemanha, em abril, deu positivo, por culpa da niquetamida, uma substância que atua como estimulante.

Vendo-se com uma pena de nove meses pela frente, Cilic proclamou-se inocente, dizendo que a substância ilegal entrou no seu organismo depois de consumir glicose Coramina, comprada erradamente pela sua mãe, a quem Cilic pediu para ir à farmácia quando percebeu que o seu stock de glicose tinha terminado. O tribunal independente da ITF deu-lhe razão. Entendeu que o atual número 12 do ranking consumiu niquetamida sem saber e não para melhorar o seu desempenho no court, o que fez com que a sua pena fosse encurtada para quatro meses. Penalização que o fez regressar mais forte do que nunca, tendo conquistado o Open dos Estados Unidos poucos meses depois.


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5. Richard Gasquet

Há quem diga que é o argumento mais estapafúrdio da história do doping, mas a verdade é que Richard Gasquet viu a sua pena reduzida depois de o colocar em cima da mesa. Falamos do beijo envenenado, precisamente. Depois detectada a presença de metabólitos na sua urina, que indicavam o consumo de cocaína, após um controlo antidoping realizado no torneio de Miami, em 2009, o habilidoso gaulês defendeu-se da acusação alegando que a droga presente no seu organismo se devia às consequências de uma noite mais animada do que o normal, numa discoteca. Gasquet admitiu ter beijado uma mulher que teria consumido cocaína.

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Tanto o Tribunal Arbitral do Desporto como a Federação Internacional de Ténis concluíram que Gasquet estava a dizer a verdade, tendo em conta a quantidade mínima de droga presente no seu organismo. O gaulês foi declarado inocente e viu a sua pena ser reduzida dez meses. Em vez de uma suspensão de dois anos, imposta inicialmente, o gaulês ficou proibido de pisar os courts apenas durante dois meses e meio.


Os casos menos conhecidos

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Barbora Strycova

Aconteceu no torneio do Luxemburgo, em 2012. Barbora Strycova acusou positivo a uma substância chamada “sibutramina”, um estimulante sintético que a jogadora checa alegou ter consumido de forma acidental, por estar incluído no suplemento de perda de peso Açaí Berry Fino. A Federação Internacional de Ténis considerou a explicação ser plausível pela quantidade da substância presente no organismo e diminuiu a sua pena para seis meses. Depois desse incidente, a jogadora a de 30 anos subiu até à 30.ª posição do ranking, alcançou duas finais WTA e atingiu os quartos-de-final em Wimbledon, em 2014.


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Sesil Karatantcheva

Aquilo que começou por ser um sonho para a búlgara, tornou-se num pesadelo. Em 2005, Sesil Karatantcheva qualificou-se para o top-8 de Roland Garros, deixando pelo caminho Venus Williams, o que lhe valeu a subida ao 35.º lugar do ranking. O pior veio depois, quando um controlo antidoping positivo realizado em Paris a colocaram fora da competição durante dois anos. Karatantcheva justificou a presença do nandrolona, um esteróide anabolizante, com uma alegada gravidez, mas o teste deu negativo e da suspensão não se livrou. Regressada em 2008, a búlgara venceu três títulos ITF e alcançou um par de meias-finais WTA, sendo, neste momento, 206.ª mundial.