Vendas de meldonium disparam 220% na Rússia
O azar de uns é a sorte de outros. Diz a sabedoria popular e prova-o o meldonium, a substância responsável pelo controlo positivo de Maria Sharapova e a sua consequente suspensão (preventiva) do circuito feminino.
Mas, se por um lado, a russa de 28 anos continuará a amaldiçoar o dia em que decidiu ignorar o email com a atualização das susbstâncias probidas, recebido no final de dezembro, há quem, por outro lado, vá lucrando, e bem, com toda a polémica que se gerou em torno da ex-número um mundial.
Segundo uma pesquiza realizada pelo Grupo DMS, que faz levantamento estatísticos no setor farmaceutico, as vendas do meldonium dispararem de forma incontrálvel nas duas últimas semanas. As farmácias russas venderam 78 300 caixas de meldonium entre os dias 7 (dia do anúncio feito por Sharapova) e 13 de março, o que significou um amento de 220 por cento em relação à semana anterior.
“O escândalo do doping revelou-se grande publicidade e serviu para impulsionar as vendas do meldonium, que se tornou uma substância muito mais conhecida do público”, disse Sergei Shulyak, chefe executivo do Grupo DSM, em comunicado publicado na passada sexta-feira.
Segundo o responsável, o aumento das vendas deve-se, essencialmente, a dois factores. Por um lado, “as pessoas consideram que se Sharapova usava a medicação, significa que ela realmente faz bem”,e, por outro, achavam que o preço iria disparar, aproveitando para esgotar o fármaco.
Há várias décadas no mercado do países da Europa de leste, a substância meldonium é produzida na Letónia desde 1970 e é normalmente usada para tratar casos de esquémia e falta de pressão sanguínea, estando ainda associado a uma maior resistência e melhoria na recuperação pós-atividade física.