Toni Nadal: «O Rafa abusa do uso do tempo e isso é culpa sua»
Poucas pessoas conhecem tão bem Rafael Nadal como o seu tio e treinador, Toni. O técnico tem estado ao lado do maiorquino desde o momento em que esta pegou numa raquete pela primeira vez e acompanhou todo o seu progresso, incluindo os momentos menos bons. Em entrevista recente, Toni abordou vários aspetos da carreira do seu pupilo e admitiu até que Nadal quebra várias vezes a regra do tempo entre os pontos.
O título de Rafa em Hamburgo, num regresso à cidade alemã 12 anos depois, é até ao momento e ponto mais alto da temporada do espanhol, que tem passado por dificuldades em manter-se entre os dez primeiros da classificação mundial. Para Toni Nadal, os problemas não se devem à parte física mas sim à parte mental, já que essa é a que fica mais facilmente abalada:
“Em primeiro lugar precisas de aceitar onde estás e saber exatamente do que precisas para melhorar, o que não é fácil se te falta confiança. Podes trabalhar a esquerda e a direita, mas trabalhar o psicológico é mais complicado”.
Apesar de todas as dificuldades, o técnico espanhol sublinha que “as pessoas diziam que ele ia ter uma carreira curta e andava no circuito com 16 anos. Ele ganhou pelo menos um Grand Slam durante dez anos consecutivos e está no top-100 há 13 anos”. Por isso, Toni diz que atingir os 17 Grand Slams de Roger Federer não é fácil, mas não tem dúvidas quanto à longevidade: “se ele quiser, é capaz de jogar a um nível alto aos 34 anos também (…) No próximo ano o Rafael Nadal estará suficientemente forte de novo para vencer mais títulos do Grand Slam
Abuso de tempo? Sim, acontece
Rafael Nadal é um jogador que coleciona warnings cada vez que entra para o court, por isso o seu treinador não tinha outra hipótese que não concordar com os árbitros: “O Rafa abusa do uso do tempo e isso é culpa sua, mas é incrível que não se tenha passado nada antes. Desde que a ATP alterou as regras que ele tem recebido uma advertência por encontro, por vezes até duas”
“Já vi jogadores que dizem palavrões e não são advertidos”, continuou o treinador, “é incrível que se dê uma advertência com mais frequência aos jogadores que atiram as suas raquetes. No Estoril, por exemplo, o Nick Kyrgios atirou uma bola para fora do estádio depois de já ter sido advertido duas vezes. Devia ter sido expulso, mas não aconteceu nada”.
O atual número nove da hierarquia mundial está de viagem para Montreal onde vai tentar repetir o feito de 2005, 2008 e 2013, anos em que venceu o Masters 1000 local. O seu primeiro adversário vai sair do encontro entre Filip Peliwo e Sergiy Staohovsky.