Toni Nadal: «Messi deixou de ser o melhor e recuperou»
Não passou muito tempo desde que ouvimos Rafael Nadal manifestar as suas dúvidas sobre se voltaria a trazer o melhor de si aos court – foi logo após a sua derrota para Fabio Fognini nas meias-finais do Rio Open – mas o assunto volta a estar na ordem do dia. Com a vitória no torneio de Buenos Aires na semana passada, é agora a vez de Toni Nadal refletir sobre o futuro do maiorquino dentro das linhas e, nesse campo, parece mais otimista do que o número três mundial.
“O desporto nunca é estável. Messi ainda é o melhor? Ele já não é o grande Messi, mas recuperou e é novamente um jogador muito bom. Ronaldo também não está no topo da sua forma e se continuar a ter uma má temporada, podemos pensar que já não é o mesmo. As situações estão sempre a mudar”, disse Toni Nadal em entrevista ao El Confidencial.
Os níveis de otimismo do tio e treinador do nove vezes vencedor de Roland Garros descem quando a questão é, precisamente, o Grand Slam parisiense e a forte concorrência que o seu sobrinho terá de enfrentar para se tornar no primeiro jogador alcançar os dois dígitos no que toca a torneios Major.
“Cada ano que passa é mais difícil para o Rafael impor-se em Roland Garros. Antes havia dois ou três adversários perigosos, agora há pelo menos dez jogadores que podem vencê-lo. No ano passado foi ainda mais difícil. Chegámos ao torneio com algumas derrotas difíceis na terra batida europeia, mas depois o Rafael chegou a Paris e fez um grande torneio”.
As dificuldades em vingar em Paris não estão, no entanto, apenas relacionadas com a qualidade da concorrência, mas com a fase menos feliz que Nadal atravessa e que o seu treinador diz não se dever apenas aos problemas físicos, com os quais tem de lidar desde 2005, altura em que sofreu uma grave tendinite e inflamação no pé esquerdo.
“Acredito que é uma questão mental.Quando a cabeça não está bem, isso afeta o aspeto físico e os nervos, e vice-versa. É claro que os resultados negativos, que têm ocorrido de forma tão estranha no jogo de Nadal, colocam obstáculo na sua cabeça e criam mais e mais dúvidas”.
“Qual é a causa para o seu problema mental? A falta de consistência de Rafa. Ele baseou a sua carreira na consistência e na solidez, e ele perdeu isso. Voltar à competição tem um preço e nós estamos a pagar por isso”.
Nadal está agora de regresso ao piso rápido do norte dos Estados Unidos, depois de uma incursão pela terra batida sul-americana, onde venceu em Buenos Aires o primeiro título desde Roland Garros do ano passado. Toni Nadal considera que o triunfo em solo argentino funcionou como “um estímulo positivo”, mas diz não ser “suficiente para jogar o seu melhor em Indian Wells e Miami”.