Sabia que as bolas do Estoril Open são especiais?
Sem ela não se joga. Parecendo que não, ela é a grande protagonista de um encontro de ténis e para quem o público olha na maior parte do tempo. Há quem a passe entre as pernas, a bata no chão múltiplas vezes antes de servir ou até mesmo quem tenha uma preferida, desde que o ponto anterior tenha sido ganho. Já tinha reparado na atenção que recebe uma bola de ténis?
“A Clay Court tem no feltro/pêlo a tecnologia Clay Guard, que permite o repelir das partículas de terra/pó de tijolo de uma forma rápida. Desta forma a bola mantém-se em excelentes condições durante mais tempo, não ganhando peso que poderia afectar o movimento/rotação da mesma e a pancada”, disse Carlos Neves, responsável de vendas da DropShot, empresa encarregue das bolas do evento.
No total, foram encomendadas 1866 bolas para os nove dias de competição, sendo que 448 delas são só para o primeiro dia do qualifying. Cada encontro de singulares necessita no máximo de 28 bolas, ao passo que cada confronto de pares gasta um total de 18. Contudo, importa referir que treinos, ofertas, ações de marketing e o próprio Fun Center precisam também deste equipamento para as suas atividades.
Ou seja, feitas as contas, a organização do evento português fez recebeu mais de oito mil bolas, para além de mais mil bolas têm como destino os shuttles, que transportam as pessoas até ao local do torneio. Este é a maior entrega de sempre feita para um ATP 250! Houve ainda um pedido de cinco mil bolas por parte do Millennium para ofertas.
– Identificação das bolas com processo inovador –
A estampagem é também um elemento que diferencia o trabalho da equipa da Dunlop responsável pelas bolas Estoril Open. A imagem que vai aparecer estampada é o logo do principal patrocinador, o Millennium, juntamente com “Estoril Open 2015”. Para que isto aconteça, é necessário um processo de transferência de calor que dura um a dois segundos para ser concluído.
Mas apesar de parecer algo rápido, grande parte dos eventos tem isto preparado com meses de antecedência, algo que não foi o caso aqui. Devido à falta de tempo e a obrigações contratuais, foi necessário encontrar um método para que as bolas fossem estampadas não com meses, mas com poucos minutos de antecedência antes de entrarem no court, o que obrigrou a alguma “ginástica” da entidade responsável.
Apesar dos imprevistos e da forma pouco comum, Carlos Neves assegura que a qualidade das bolas não é influenciada. Isto obriga a que tudo seja feito no Clube de Ténis do Estoril, algo que nunca tinha sido realizado antes num evento de ténis profissional. Para que tudo isto seja possível, estarão permanentemente dois técnicos e duas máquinas de estampagem no stand, a trabalhar dia e noite, para que esteja tudo dentro dos conformes quando chega a altura de se ouvir “new balls, please”.