Pride Open: grupo de São Paulo realiza torneio para inclusão de população LGBT+
Em junho é comemorado o mês do orgulho LGBTQIAP+. Com isso, um grupo de tenistas amadores de São Paulo resolveu se reunir para a criação do Pride Open – um torneio que busca unir a comunidade. O evento vai ser realizado entre os dias 17 e 18 de junho, a partir das 11h, no Paulista Tennis Center, na rua Treze de Maio, 1642, em São Paulo.
Tudo começou quando o organizador do torneio Victor Abadio entrou em uma nova turma de tênis em um novo horário e acabou fazendo uma nova amizade. “Logo falamos um para o outro que éramos gays e imediatamente os dois sentiram um senso de cumplicidade que ambos não haviam sentido dentro do tênis ainda. Com isso em mente, eu quis fazer um torneio para tentar juntar mais LGBTs e proporcionar esse sentimento de pertencimento a eles também”.
Acima das expectativas
Mesmo sendo a primeira edição, Victor não escondeu que as expectativas estão altas. A ideia inicial era reunir 20 pessoas para a disputa do torneio e, no final das inscrições, foram 49 interessados.
Com o sucesso de procura, as inscrições já foram encerradas, mas o organizador convida o público para acompanhar o torneio no domingo. “O torneio começa no sábado a partir das 13h, porém devido a outro evento no local, teremos espaço reduzido. Por isso incentivamos e convidamos o público a vir no domingo, dia 18”.
“O feedback tem sido muito positivo dentro da nossa comunidade. Muita gente que não joga nem acompanha tênis já disse que irá ao evento nos prestigiar e estamos extremamente felizes com isso” comentou o organizador.
“Mini agressões diárias”
Victor ressalta as dificuldades de ser uma pessoa abertamente LGBT e ressalta que no esporte é ainda mais difícil já que não são poucos os ataques homofóbicos ou até mesmo, segundo o organizador, “os episódios de mini-agressões diárias Isso resulta num afastamento nosso do esporte. É inconcebível que a conversa sobre diversidade ainda mal seja pauta no tênis amador brasileiro, um esporte ainda tão machista e por muitas vezes antiquado”.
Para que esse cenário possa melhorar, o organizador acredita não só que conversas precisam ser feitas, mas as pessoas também precisam aprender a tratar com respeito.
“O Pride Open vem como um potencial marco nessa história, para que nossa presença seja marcada e que fique claro que somos um público consumidor do tênis e que as coisas possam começar a mudar” finalizou Victor.