Presidente da Federação Portuguesa de Ténis acredita que Portugal poderá ter mais que dois representantes em Tóquio
Em entrevista ao Canal do Comité Olímpico de Portugal, Vasco Costa, presidente da Federação Portuguesa de Ténis, reiterou o desejo de ver mais do que dois tenistas portugueses nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. Entre outros temas, Vasco Costa admitiu que gostaria de ver uma jogadora presente nas próximas Olimpíadas.
“Queremos ter mais do que dois jogadores em Tóquio. Quem sabe, até uma jogadora no quadro feminino”, adianta o presidente da federação, que fala do impacto que os recentes sucessos na Taça Davis têm tido na massificação do ténis. “Deve-se muito ao trabalho global dos atletas, nomeadamente, do João Sousa e do Gastão Elias. E isso tem sido aproveitado pela federação para promover a prática do ténis junto dos mais jovens”.
Vasco Costa complementa esta ideia enfatizando a importância da chegada ao play-off do Grupo Mundial. “É a segunda vez que lá chegamos, a outra foi há 20 anos com a Croácia. Agora jogamos em casa contra a Alemanha que tem uma equipa homogénea, com cinco jogadores no top-50. Mas jogamos em casa, em terra batida e outdoor, temos as nossas hipóteses”.
“Temos o desejo de explorar o complexo do Jamor”
De seguida, questionado acerca das reais condições que o nosso país tem para promover o crescimento do ténis, o presidente da federação adota uma postura otimista. “Efetivamente temos défice de campos cobertos, mas a federação está atenta. Temos o desejo, e estamos na fase final de concretização, de explorar o complexo do Jamor. Não só tentar arranjar os seis campos praticáveis, como aumentar o número de campos cobertos”, refere.
“Há acordo entre a federação, a secretaria de Estado, o IPDJ. O complexo do Jamor é pertença do Tesouro, por isso, tudo o que fizermos terá que vir de um acordo tripartido”, revela Vasco Costa, antes de sublinhar o quão essencial é o Jamor para o ténis nacional. “É o maior complexo de ténis em Portugal, com 29 campos, mas o nosso objetivo é aumentá-lo ainda mais e torná-lo mais polivalente. É um local histórico, queremos dar-lhe uma nova vida”.
“O número de torneios que realizamos em Portugal ajuda estas jogadoras a ter mais competição com um esforço financeiro menor”
O desenvolvimento do ténis feminino também não ficou fora da conversa. “As atletas estão mais dispersas em termos geográficos. Lançámos este ano o Centro de Alto Rendimento para o ténis feminino, cuja responsável é a Neuza Silva. Para já não tem atletas residentes, mas tem apoio técnico para as jogadoras”.
“Temos a Michelle que reside nos Estados Unidos mas está sempre pronta a colaborar com a federação. Mas há mais, como a Maria João [Koehler] ou a Inês Murta, que estão a seguir o seu caminho”, adianta. “E o número de torneios que realizamos em Portugal, onde cerca de 15 dos 40 são femininos, ajuda estas jogadoras a ter mais competição com um esforço financeiro menor”.
Por fim, confrontado com a alegria e empenho que jogadores como João Sousa e Gastão Elias exibem quando representam as cores nacionais, Vasco Costa não tem dúvidas que isso se deve a duas razões em específico. “Primeiro, claro que é um sentimento genuíno, mas a federação também se tem esforçado por apoiá-los e criar um espírito de orgulho em representar Portugal”.