Os números que fazem de Djokovic o mais dominante dos atletas
Novak Djokovic surgiu na China quase um mês depois de se ter sagrado campeão do US Open para continuar a fazer aquilo em que se tornou um verdadeiro mestre: dominar de forma total e absoluta os seus adversários e confirmar o estatuto de dono e senhor do ranking mundial.
O percurso glorioso em solo asiático, que começou com a conquista do torneio de Pequim e que culminou com o triunfo do Shaghai Rolex Masters, levou o número um mundial a afirmar sem resquícios de hesitação que, em termos de torneios consecutivos, as duas últimas semanas foram as melhores da sua carreira.
Declarações que demonstram bem a importância das proezas alcançadas, é certo, mas, ainda que, por aqui, jamais se subestime o poder das palavras, hoje é de algarismos que se trata. No Dia Mundial da Estatística, remexemos nos números que, neste momento, fazem do sérvio de 28 anos o mais invencível dos tenistas, o mais dominante dos atletas.
1. Muitos coelhos com duas cajadadas só
Depois de ter cedido uma partida diante de Roger Federer na final do Grand Slam nova-iorquino, o jogador dos Balcãs iniciou uma verdadeira caça ao set sem precisar de gastar demasiadas munições. Da passagem de Djokovic por Pequim e por Xangai resultaram 22 sets conquistados de forma consecutiva: 6-4, 6-4, 6-1, 6-1, 6-2, 6-1, 6-2, 6-2, 6-2, 6-3, 6-2, 6-2, 6-2, 6-1, 6-2, 6-3, 7-6(6), 6-1, 6-1, 6-3, 6-2, 6-4.
2. Na china, sê imperador
Djokovic venceu 38 dos últimos 39 encontros disputados na China (perdeu para Federer nas meias-finais de Xangai do ano passado) e venceu as 10 finais que alcançou naquele país. Mas há mais: desde 2011, o sérvio não perdeu mais do que dois encontros entre o Open dos Estados Unidos e o último torneio da época.
3. A melhor das temporadas
Em 2011, destacou-se dos seus pares de uma forma que pouco conseguiram na história da modalidade, tendo terminado com um impressionante registo de vitórias-derrotas de 70-6, mas Djokovic não hesita em dizer que 2015 está a ser a melhor temporada da sua carreira. Os algarismos conspiram a seu favor: depois de perder a final de Doha, logo em janeiro, alcançou 13 finais consecutivas e conquistou 9 títulos, incluindo três Grand Slams (Open da Austrália, Wimbledon e US Open).
4. Números cintilantes
Depois de conquistar o torneio de Pequim, Djokovic tornou-se no primeiro jogador da história do ténis a passar a meta dos 15 milhões de dólares numa só época. Uma semana depois, ao triunfar em Xangai, o sérvio torna o ano de 2015 ainda mais dourado, aumentando para 16 milhões de dólares o prize money amealhado até esta fase da temporada. Se vencer o torneio de Paris-Bercy e o ATP World Tour Finals, Djokovic chegará aos chorudos 19 milhões de dólares. No total, já embolsou 88,4 milhões de dólares, estando a pouco mais de 6 milhões de igualar os 94,7 de Roger Federer.
5. 5×2 Masters 1000 = Recorde
À primeira vista, a equação pode parecer traiçoeira mas, na verdade, não tem nada que enganar. Djokovic venceu cinco torneios Masters 1000 em 2015, repetindo o feito alcançado em 2011, e regista o seu nome novamente no livro dos recordes, por ser o primeiro jogador de sempre a conquistar uma mão cheia de provas desta categoria em duas ocasiões.
6. Pontos que chegam para dar e vender
Com o título em Xangai, o sérvio chega aos 16.785 pontos no ranking mundial ATP, o que lhe permite quebrar o seu próprio recorde e distanciar-se do segundo classificado, Andy Murray, que tem praticamente metade da sua pontuação. Mais: Djokovic dá-se ao luxo de ter mais pontos que Roger Federer, Rafael Nadal, John Isner e Nick Kyrgios juntos.
7. Números com pernas para andar
Um registo que pode melhorar mais ainda, com o aproximar do torneio de Paris-Bercy. O melhor jogador da atualidade pode tornar-se no primeiro jogador da história da modalidade a conquistar 6 Masters 1000 numa só temporada. Por agora, o sérvio conta com 25 provas dessa categoria, menos duas que Rafael Nadal, o jogador que mais Masters 1000 detém no seu palmarés.
8. Supremacia anunciada precocemente
E se é verdade que Djokovic corre a passos largos para alcançar e ultrapassar os 27 Masters 1000 de Rafael Nadal, mentira não é que é preciso andar bem para trás no tempo para vermos Djokovic levantar o primeiro troféu da categoria máxima ATP. O titular de dez Grand Slams tinha 20 anos quando, em 2007, se sagrou campeão em Miami e, quase nove anos volvidos, nenhum jogador mais novo que ele conseguiu conquistar um Masters 1000.