O duro e chocante método de motivação de Toni Nadal
Open da Austrália, 2009. Com cinco títulos do Grand Slam já conquistados, Rafael Nadal alcançava finalmente a sua primeira final em Melbourne, depois de uma acérrima e desgastante batalha de mais de cinco horas nas meias-finais com Fernando Verdasco, que se prolongou até à uma hora local.
Dois dias depois, o espanhol tinha encontro marcado com Roger Federer na final, mas as consequências do demorado e intenso frente-a-frente com o seu compatriota manifestaram-se muito antes de pisar o court. No dia seguinte, após 20 minutos de treino, Nadal pediu para parar, por não conseguir movimentar-se. Toni Nadal não gostou.
– É fácil falar, Toni. Para ti, é muito simples, mas posso garantir-te que não me consigo mexer. As minhas pernas não respondem, não consigo mexer-me. Não consigo correr…
– Pff, isso são tretas. É óbvio que te podes mexer. Se quando entrasses no court alguém começasse a atirar em ti quando parasses de correr, asseguro-te que não irias parar, irias correr até Maiorca.
O cruel e duro método de motivação usado pelo tio e treinador do maiorquino de 29 anos, que pode ser atestado ao longo do seu livro “Tudo Se Pode Treinar”, deu os seus frutos. Nadal derrotou Federer por 7-5, 3-6, 7-6, 3-6 e 6-2 após quatro horas e 23 minutos de jogo, para conquistar pela primeira vez – e única – o Open da Austrália. Em apenas três dias, Nadal passou um total de nove horas e 37 minutos em court.