Moya sobre retorno de Nadal: “Se vissem vídeos dos primeiros treinos em agosto…”
Carlos Moya não esconde que teve dúvidas sobre o retorno de Rafael Nadal às quadras. O treinador do espanhol relatou como foi o retorno aos treinos inicialmente e também falou sobre o estado atual do ex-número 1 do mundo em entrevista ao portal “Punto de Break”.
SUSTO COM NOVA LESÃO
Ele sabia que não era a mesma coisa porque a reação não foi igual ao ano passado. Aí percebeu logo que havia uma limitação muito grande. Neste caso não foi igual. Conseguiu competir. Uma lesão grave te impede de fazer o que ele fez com o Thompson. Agora, não se sabia se podia ser um problema maior porque uma ruptura deste nível são três ou quatro semanas e tivemos sorte por não ser mais. Isto acontece no espote, mas o golpe mental foi forte porque ele sentia-se preparado e vieram problemas do passado.
NÍVEL NO RETORNO
Nunca tive medo do nível que o Rafa podia mostrar. Em nível físico ou tenístico, conheço ele muito bem e sei o quão competitivo e humilde é para remar quando é preciso. Tem uma inteligência tática muito grande e muitos planos de jogo. Nesse aspecto, não me surpreende o que vi porque já vi tantas coisas do Rafa que já não é surpresa. Mas é certo que podia não ter ido bem e ter começado com mais dúvidas. Me fez lembrar um touro que esteve um ano fechado. Quando você o solta, parece uma fera. Depois de tantos meses de sofrimento, voltei a vê-lo desfrutando tanto nos treinos como nos jogos em Brisbane. Essa era a versão do Rafa que queríamos ver.
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PODE SER COMPETITIVO COM OS MELHORES DE NOVO
Sim, por que não? Os dois primeiros jogos, ganhou bem e depois quase bateu um jogador que na semana seguinte esteve perto de ganhar do Tsitsipas no Australian Open. Acho que, em um jogo, não tenho dúvidas do nível que o Rafa pode dar. O que falta saber é o que acontece se jogar com um tenista top, ganha e no dia seguinte jogar com outro. Esse ritmo de competição é que ainda não viveu e é isso que falta. Precisa de uns dez jogos para chegar a esse nível 100%.
DURA RECUPERAÇÃO
Se vissem vídeos dos primeiros treinos em agosto… Não eram otimistas nem positivos. Você entende que o processo que ele tem que passar em três ou quatro meses para ser competitivo. No dia a dia vão acontecendo coisas que te empurram para trás, você não avança na velocidade que queria. Aí entram as dúvidas. Eu tinha dúvidas que ele podia não voltar a jogar pelo que vi no primeiro ou segundo mês, em que os avanços foram mínimos. Jogávamos 15 ou 20 minutos e às vezes se jogava no chão com dor. São situações duras, mas sabíamos pelos médicos que tinha que passar por isso, uma adaptação do corpo, mas estava tudo muito controlado. Houve dias em que duvidamos.