Kasatkina sobre o não cumprimento das ucranianas: “Triste ainda estarmos em guerra”

Por Luísa Palmeira - abril 30, 2023

Madrid, Espanha – Daria Kasatkina, oitava cabeça de chave do WTA 1000 de Madrid, se classificou neste domingo (30) para as oitavas de final. Após a vitória sobre Lesia Tsurenko, da Ucrânia, Kasatkina falou aos jornalistas e abordou o tema da guerra e o impacto no circuito.

PARTICIPAÇÃO DE RUSSOS EM WIMBLEDON

Estou contente. Fiquei muito triste o ano passado por ter de ficar fora de Wimbledon, claro que por uma razão válida, mas mesmo assim foi doloroso. Pessoalmente estou contente que podemos voltar este ano e, sinceramente, temos sorte porque ainda podemos competir. 95% dos atletas russos não podiam sair do país e competir em eventos internacionais, por isso aprecio muito a oportunidade que tenho de jogar tênis.

RECUSA DAS UCRANIANAS DE CUMPRIMENTAR RUSSAS

Acho que a parte mais triste é que ainda estamos em guerra, por isso claro que os tenistas ucranianos têm muitas razões para não apertar a nossa mão. Eu aceito isso, é o que é. É uma situação muito triste, e eu os entendo. Até fiquei contente que ela (Tsurenko) me acenou de volta.

APOIO DE WIMBLEDON AOS UCRANIANO

A maior parte dos tenistas ucranianos não pode voltar às suas bases de treino, não podem ir para casa. Acho que faz muito sentido lhes dar a oportunidade de treinar em Londres [com esses benefícios]. Eles não podem ir para casa, têm que estar sempre viajando, e têm de pagar o tempo todo por esse alojamento, por isso acho muito bom.

EXTENSÃO DE ALGUNS WTA 1000 PARA DUAS SEMANAS

É duro. Já passaram dois, três meses e apenas jogamos três ou quatro torneios. Claro que é bom para os tenistas que chegam às fases finais, mas para os tenistas que jogam a primeira e segunda rodada, é muito tempo de treino sem poder competir em lugar nenhum, por isso acho que… bem queria dizer pequeno, mas não é um pequeno problema. Acho que já temos os Grand Slams com duas semanas, mais Indian Wells, Miami… não sei se precisamos que metade do calendário seja jogado em duas semanas. Pessoalmente, não vejo razão para isso.

DECISÃO DA ATP DE ACABAR COM JUÍZES DE LINHA

Se olharmos com uma perspectiva de progresso, é para onde o mundo está indo – mais eletrônico e menos interação humana. Honestamente, como tenista em quadra, o sistema eletrônico é mais preciso, e não temos aqueles momentos de raiva com chamadas ruins, mas claro que me sinto mal por todos os juízes de linha que provavelmente vão perder os seus empregos. Infelizmente, o mundo funciona assim neste momento, com tudo ficando eletrônico – não sei se é bom, mas é o que é, e não podemos fazer nada sobre isso.

Luísa Palmeira

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