Estudo denuncia desigualdades na sala de imprensa: Eles respondem sobre os encontros, elas sobre as unhas
Agora é que são elas. Numa altura em que o Open dos Estados Unidos embandeira em arco o prémio de 3,7 milhões de dólares entregue aos campeões de singulares, sem fazer distinção de género, eis que surge um estudo que comprova que isto de igualdade entre homens e mulheres não se estende aos quatro cantos dos torneios.
A sala de imprensa é, por sinal, um lugar onde nem todos são chamados para a mesma conversa. De acordo com um estudo realizado pelos estudantes de informática da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, a imprensa tende a questionar os jogadores sobre o que gira à volta do encontro e as jogadoras sobre assuntos extra-ténis, nomeadamente sobre moda.
Na fase de processamento de dados, os investigadores desenvolveram um algoritmo para filtrar as questões e dividi-las em duas grandes categorias: as ditas comuns e as invulgares. De acordo com o New York Times, estas foram algumas das perguntas invulgares selecionadas:
Para os jogadores:
- Houve algum momento em que duvidaste das tuas capacidades?
- O que significa para ti seres uma inspiração para pessoas que não são altas?
Para as jogadoras:
- Conheces alguma jogadora que faça as unhas antes dos encontros?
- Compraste alguma coisa especial esta semana?
Depois de analisadas 81 906 perguntas, feitas durante 6 467 conferências de imprensa nos circuitos ATP e WTA, nos últimos 15 anos, concluiu-se que 70 por cento das perguntas insólitas dirigidas às mulheres não estavam diretamente relacionadas com o ténis. Percentagem que baixa substancialmente no caso dos homens: apenas 30 por cento das questões extravasa o court.