E se o ténis tivesse um jogador perfeito? Andy Murray criou o seu
Num circuito cada vez mais competitivo, a importância em dominar todos os aspectos do jogo é cada vez mais importante. Numa reportagem elaborada pelo Sportsmail, Andy Murray, atual número um mundial, retratou o seu jogador perfeito. Desde o serviço às pancadas essenciais da modalidade, o britânico defendeu o jogador a que, na sua opinião, revela mais aptidões para cada um desses pontos.
Serviço: “John Isner tem um grande movimento ajudado pelos seus 208cm de altura. Graças à sua altura consegue encontrar ângulos que outros tenistas não conseguem e além disso é capaz de manter esta eficiência durante 3 ou 4 horas”.
Segundo serviço: “Diria de novo o Isner, ainda que o Federer também tenha um grande segundo serviço, preciso e capaz de funcionar bem em momentos de pressão. A maioria dos jogadores são previsíveis no segundo serviço mas o Roger engana-te muito bem com o movimento do corpo”.
Resposta: “Novak Djokovic e Roger Federer são os melhores. A capacidade que têm em ler a direção da bola é quase perfeita. Provavelmente o David Ferrer tem a percentagem mais alta de serviços devolvidos. Nunca joguei com o Andre Agassi mas adorava vê-lo responder, foi um dos melhores da história neste capítulo”.
Direita: “Depende da superfície mas nesta categoria entrariam o Federer e o Nadal. Na relva ficaria com o Roger porque tem uma grande capacidade de bater na bola em todo o campo e esmaga-a muito mais. Em superfícies mais lentas, como a terra batida, o Rafa é melhor. Ele cria um ângulo tremendo pois a superfície dá-te tempo para criar, algo que não acontece quando a bola vem mais rápida”.
Esquerda: “Nos últimos seria o Novak Djokovic. As pessoas falam sobre o seu bom papel a jogar na linha de fundo, mas é a sua esquerda que faz toda a diferença. É uma pancada muito consistente e tecnicamente muito boa, pode percorrer todo o court ou beijar a linha sem muito esforço”.
Slice: “Roger Federer. Ele tem uma boa bola em ambos os sentidos. Quando cruza e quando procura a linha. O seu tiro em paralelo geralmente vem com um efeito lateral e por isso a bola tende a afastar-se de ti”.
Capacidade física: “Para mim o Gael Monfils seria o melhor atleta de todos os que jogam ténis porque os seus golpes são muito largos mas quando joga em corrida as suas pancadas não são tão perigosas como de outros jogadores. Alguns podem estar a defender-se bem e converter a bola num winner. O Gael persegue bem a bola. Como atleta puro, creio que o Gael é o melhor.
Voley: “Creio que esta é uma zona onde todos os britânicos se destacam. O meu irmão Jamie tem um grande voley e tenho a certeza que está entre os melhores. Tenho que jogar contra o Tim Henman, ele também tem um excelente voley. Nadal também é bom, mas tem a ajuda da sua grande direita desde o fundo do campo para ir à rede. Gostaria também de mencionar o Jonny Marray e o Dan Evans”.
Winner: “Um misto entre o Roger e Rafa. Provavelmente é a pancada que os profissionais fazem parecer mais fácil. Às vezes o sol e vento podem prejudicar bastante. Muitas vezes os comentadores vêm-nos falhar um winner e classificam como um dos maiores erros de todos os tempos, mas não pensam que só fazemos 3-4 bolas assim durante todo o encontro”.
Mobilidade: “Esta é difícil. Nadal tem um jogo de pernas muito bom, tal como o Nishikori. Monfils é melhor quando dá passos largos para chegar à bola. Novak também tem um muito bom jogo, realiza bons ajustes enquanto caminha para trás”.
Amortie: “Djokovic. É um golpe que requer muito toque de bola e uma cabeça ordenada. O Novak tem um grande dropshot, ainda que o faça só a jogar do lado esquerdo. Diria que o Dan Evans também tem uma grande habilidade para o amortie, quer de direita, quer de esquerda”.