Djokovic lamenta olhares na Austrália: «Os meus colegas de profissão prejudicaram-me muito»
Depois de uma primeira parte que já deu muito que falar, foi divulgada a segunda metade da entrevista em que Novak Djokovic quebrou o silêncio e não deixou nada por dizer. Questionado sobre como foi treinar na Austrália depois de ter estado detido no hotel para refugiados, o número um do Mundo deixou recados fortes… a outros tenistas. É que Nole não gostou dos olhares e dos julgamentos.
“Estive livre durante quatro dias e estive a treinar, mas não foram dias normais de treino que teria antes de competir num Grand Slam. Tinha helicópteros a voar em cima de mim em cada sessão de treino na Rod Laver Arena. Câmeras por todo o lado. E os meus colegas de profissão também me prejudicaram muito”, afirmou.
Mas como é que prejudicaram? Djokovic explica. “Senti essa energia e os olhares dos meus companheiros e das pessoas que estavam nas instalações tenísticas. Claro que entendo que eles tinham uma perceção baseada no que tinham visto nos meios de comunicação. Mas eu não estava capacitado para ir para a comunicação social pelo que tinha dito antes sobre o processo legal em relação ao Australian Open”, acrescentou.
Outro tema foi a polémica de ter dado uma entrevista ao L’Équipe quando sabia que estava infetado com Covid-19. Djokovic faz ‘mea culpa’ e explicou o sucedido. “Segui em frente com a entrevista ao L’Équipe porque é um dos melhores jornais do Mundo. Frank Ramella é alguém que conheço há muitos anos e tenho uma grande relação com ele. Tínhamos organizado esse encontro há muito tempo e não o queria deixar mal. Devia ter sido mais cuidadoso? Devia tê-los avisado? Sem dúvida. Gostava de poder voltar atrás, foi um erro meu. Reconheço isso e dou a cara. Lamento muito de verdade”, confessou.