Davydenko desvaloriza nova geração, fala de Nadal e garante: «Tinha um problema mental contra o Federer»
Nikolay Davydenko é um dos grandes nomes do ténis da primeira década do século XXI ou não tivesse sido top 3 mundial. O russo conquistou 21 títulos durante uma carreira que terminou em 2014 e, para a história, ficará sempre aquela esquerda que fazia as delícias de tudo e todos. Davydenko deu uma entrevista ao CLAY onde, sem receios, falou da atualidade da modalidade.
NOVA GERAÇÃO
Deixei de ver ténis durante um tempo mas comecei a comentar no Eurosport os encontros dos russos em Grand Slams e agora estou mais próximo. Tecnicamente, não creio que o ténis tenha evoluído muito, os jogadores jovens desta época são piores que os da minha época. Isso surpreende-me. Fisicamente são melhores, servem melhor e batem mais forte na bola mas ainda estão lá o Nadal e Djokovic para controlar essa potência. Eles continuam a ganhar Grand Slams e a vencer tenistas 10 anos mais jovens, o que é incrível. Não vejo a NextGen a jogar um ténis incrível.
COMO ERA DEFRONTAR O BIG THREE
Para mim, jogar contra o Nadal era o mesmo que jogar contra outro. Venci-o em todos os nossos encontros em piso rápido e ele ganhou-me todos na terra batida, por isso, continua a ganhar Roland Garros. Foram muitos encontros que recordo com muito carinho, a final de Miami também. Também me lembro de ganhar a final de Xangai e ao Djokovic nas meias-finais. Vencer o Federer nas meias-finais das ATP Finals também foi algo incrível. Sou o tipo de pessoa que recorda muitos desses encontros.
H2H FAVORÁVEL COM NADAL (6-5)
O meu jogo coincidia bem com o dele em hard court, por isso, não tive tantos problemas com ele. Por outro lado, nunca consegui ganhar ao James Blake nessas condições, ele batia muito forte e terminava os pontos depressa. Contra especialistas em terra, espanhóis e argentinos, foram os jogos mais fáceis para mim em cimento porque jogam pontos largos e com muito efeito. O mais difícil para mim era defrontar norte-americanos.
OPINIÃO SOBRE FEDERER
O Federer foi o meu adversário mais difícil. A direita era extremamente rápida e o serviço era muito preciso, não era capaz de controlar. Tive muitas oportunidades de vencê-lo mas ele foi sempre melhor que eu nos momentos importantes de cada set. Tive set points, tie-breaks, mas perdia sempre. Em Londres, nas ATP Finals, (2009) não foi assim, ali senti que era o momento de lhe ganhar, apesar de ter tido alguma sorte. A minha mentalidade mudou depois daquilo, de repente venci-o facilmente no nosso duelo seguinte em Doha. Simplesmente vi que podia ganhar ao Federer mas não é nenhum segredo que tive um problema mental para enfrentar o Roger durante muitos anos.