Thiem: «Os tenistas viajam muito e amadurecem muito tarde, não desenvolvem a sua personalidade»

Thiem: «Os tenistas viajam muito e amadurecem muito tarde, não desenvolvem a sua personalidade»

Por José Morgado - fevereiro 6, 2021
Thiem
Austrian tennis player Dominic Thiem attends a press conference on September 15, 2020 in Vienna, Austria, two days after winning the US Open tennis tournament and his first Grand Slam title. (Photo by ROBERT JAEGER / APA / AFP) / Austria OUT (Photo by ROBERT JAEGER/APA/AFP via Getty Images)

Dominic Thiem, número três do ranking mundial e um dos melhores tenistas dos últimos anos, deu este sábado uma entrevista muito interessante ao jornal inglês ‘The Guardian’, onde falou da importância que 2020 teve na sua vida, não apenas dentro, como fora do court. O austríaco, agora com 27 anos de idade, contraria a ideia muito repetida de que os tenistas crescem mais cedo do que a maioria dos jovens da sua idade, assegurando que no seu caso amadureceu bastante mais tarde do que os jovens normais.

“Demorei muito tempo a amadurecer e a perceber os sacrifícios que os meus pais fizeram por mim. Os tenistas começam a viajar, a competir e a treinar muito cedo. Têm a cabeça formatada só para aquilo e não desenvolvem a sua personalidade, o seu caráter. O ano de 2020 foi muito importante para mim nesse sentido. Tive tempo para pensar, para questionar as minhas decisões. Coloquei as dúvidas que tinha e aprendi mais sobre mim. Houve alturas da minha vida em que não conseguia tomar boas decisões nem dentro, nem fora de court”, confessou o austríaco, campeão do US Open, que parte como um dos favoritos para o Australian Open 2021, prova na qual foi finalista no ano passado.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt