Pedro Sousa: «Tive um pé e meio fora do ténis mas decidi acabar de outra maneira»

Pedro Sousa: «Tive um pé e meio fora do ténis mas decidi acabar de outra maneira»

Por José Morgado - março 29, 2022

Pedro Sousa, de 33 anos, regressou esta terça-feira à competição pela primeira vez desde agosto de 2021. Pelo meio, temeu pelo fim da sua carreira devido a uma lesão complicada na mão esquerda, mas decidiu que o seu percurso profissional merecia um fim diferente e operou-se uma vez mais para tentar voltar a competir. No primeiro encontro de volta, em Oeiras, venceu para avançar para a segunda ronda da competição portuguesa e assegura que não sentiu qualquer dor.

“Não tenho dores. É claro que não é a mesma coisa competir ou treinar. Jogar é outra coisa. Hoje ainda por cima está vento, com adversário canhoto e com ritmo. Dia de chuva, encontros atrasados e tinha tudo para ser complicado, mas estou contente pela forma como venci”, revelou em declarações na conferência de imprensa após o encontro.

Sousa lembrou os tempos muito difíceis que viveu em 2021. “No ano passado enfiei-me num buraco do qual não conseguia sair. Foi um ano difícil para mim. Felizmente agora estou melhor, a vida já deu bastantes voltas e aqui estou eu, com vontade. Sei que vai ser difícil, que caí no ranking e não estou no meu melhor, mas estou cá. Passei um mau bocado, as pessoas que estão perto de mim sabem que tive um pé e meio fora do ténis, mas decidi que não queria acabar daquela maneira. Tenho 80 por cento de chances de já ter feito tudo o que tinha a fazer na minha carreira mas quero terminar de outra forma, divertir-me e desfrutar.”

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Pedro explicou por que razão decidiu voltar. “Dizia sempre desde há alguns anos que na próxima lesão grave iria parar. A partir de certa altura percebi que para voltar a jogar tinha de ser operado. Felizmente foi na mão esquerda e pude continuar a treinar às vezes, divertia-me, mas estive sempre reticente em operar-me. A partir do momento em que decidi fazê-lo, e tenho esse direito, o foco foi regressar. Não tenho objetivos em especial, mas sinto que posso voltar a ganhar coisas importantes.”

O seu filho Manuel, de um ano, não faltou à creche para ver o seu pai jogar. Talvez na próxima ronda… “Ele já ‘me viu’ jogar, quando tinha uns meses. Agora já tem mais noção, mas nem sei bem. Só quer saber de comida, da mãe e dos avós. Gostava que se eu ainda continuar aqui mais algum tempinho que ele ainda veja e ainda desfrute do pai a jogar.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt