O ténis nos videojogos: do virtua ao AO e ao Tennis World Tour

O ténis nos videojogos: do virtua ao AO e ao Tennis World Tour

Por Tiago Ferraz - março 18, 2020
aotennis2
AO Tennis 2

Numa altura em que o ténis está parado devido ao coronavírus e que a maioria das escolas estão fechadas e os jovens estão em casa, o Bola Amarela foi à procura de animar um pouco mais os dias de quem nos lê com uma lista de alguns dos melhores jogos de ténis para que os seus dias sejam muito mais divertidos e que o ténis esteja bem presente na vida de cada um.

O ténis é a modalidade que me apaixona desde pequeno embora também adore padel e claro o futebol como a maioria de nós. Ainda assim, o bichinho da bola amarela entrou dentro de mim aos 10 anos quando os meus pais me inscreveram no Clube de Ténis do colégio onde andei para que eu me divertisse… E a paixão pela modalidade manteve-se até aos dias de hoje.

Aos 11 anos e, na falta de um verdadeiro jogo de ténis, recebi o meu primeiro videojogo da modalidade denominado de ‘Virtua Tennis 3’ que era, na altura, o topo dos videojogos de ténis em Portugal depois do Virtua Tennis 1 e 2.

Devo dizer que, até hoje, o Virtua Tennis 3 é, de longe, o mais completo para mim e mais à frente explico por que motivo tenho essa opinião, mas já lá vamos. Lembro-me perfeitamente do dia em que recebi o jogo: a minha mãe entrou em casa com uma saca pequenina com o jogo para a PS portable. A partir daí, foram serões intermináveis a jogar o modo carreira que, na altura, já era bem avançado. Quanto à jogabilidade…Não desilude: as pancadas são muito soltas, há os habituais gemidos dos tenistas, há um bom jogo de pés, há a opção de personalizar, de forma detalhada, o seu jogador no modo carreira e até férias podiam ser simuladas. Se jogasse demasiado, aparecia o ecrã completamente preto a dizer, por exemplo: “oh não, desloquei o ombro e vou estar de fora oito semanas” (algo assim) o que me deixava muito aborrecido. De verdade.

Ainda assim, o videojogo é tão satisfatório que, até nos dias de hoje, me dá vontade de voltar experimentar (só não o faço porque não encontro o carregador da PlayStation).  A emoção é grande, principalmente no caminho até ao sucesso e ao número um do ranking mundial. Quando se chega a esse momento e se vencêssemos os quatro Grand Slams, jogávamos com o Andy Roddick no equivalente às “ATP Finals”, que era decidido num encontro: nesta fase o nível subia muito e eu perdia (quase) sempre. O Roddick tinha um serviço inacreditável e era bem fiel à realidade. Quanto a tenistas marcantes, para além de Roddick, o jogo tinha Federer (muito idêntico), Nadal também a um nível bom (jogava de manga cava), Tim Henman, Davenport, Venus Williams, Maria Sharapova entre outros. Vale muito a pena relembrar.

 

Depois deste videojogo, houve algum desprezo pela modalidade no que aos videojogos diz respeito (são muito caros de produzir) e a nova geração do Virtua tennis saiu apenas em 2011: O Virtua Tennis 4. Este jogo também era pautado por uma jogabilidade duvidosa (embora só o tenha jogado por uma vez), mas tinha melhoramentos evidentes nas caras de tenistas ícone como Federer, Nadal e Sharapova. De resto, o cenário mais apelativo, segundo o que li, era o modo carreira que não tive oportunidade de experimentar, mas a nível de pancadas deixava muito a desejar.

Mais recentemente, saíram três novos videojogos: o AO Tennis, o Tennis World Tour e o AO Tennis 2. Joguei o segundo durante uma sessão experimental no Millennium Estoril Open e não fiquei (nada) convencido. As pancadas parecem desfasadas da realidade (há direitas de tenistas que são, no mínimo, bizarras) o jogo de pés é (muito) mau comparado com outros videojogos como, por exemplo, o Virtua Tennis 3. Para além disso, os tenistas reagem muito tarde à pancada adversária o que, em muitos casos, leva à perda do ponto porque não chegam a tempo à bola. Na terra batida, os tenistas deslizam, muitas das vezes, quando a bola já está fora do court o que é bizarro. Ainda assim, a nível de gráficos, o Tennis World Tour está muito à frente do Virtua Tennis: Roger Federer está muito idêntico, Nadal também, e os courts estão bem desenhados, com publicidade bem visível no fundo do court, com público interativo e com o árbitro de cadeira bastante fiel à realidade uma vez que tem sombra no seu local e está bem desenhado. Os bancos dos tenistas também estão simpáticos, há claramente a referência para as marcas que patrocinam as raquetas dos tenistas e, no caso de Nadal e Federer, isso é bem real. Os juízes de linha estão na posição real, chamam as bolas fora de forma bem audível e até os ‘tiques’ de Nadal estão presentes no serviço o que até dá vontade de soltar uma gargalhada. O relógio no fundo do court é muito parecido com a realidade, mas a capacidade de resposta dos tenistas nas bolas longas e profundas é má e lenta o que não acontece com o Virtua Tennis 3 por exemplo. Ou seja: a nível de jogabilidade, para mim, Virtua Tennis vence; a nível de grafismo Tennis World Tour está claramente à frente (o que seria de esperar).

O AO Tennis e o AO Tennis 2 foram os últimos videojogos que saíram no mercado. Eu ainda não experimentei, mas alguns membros da equipa do Bola Amarela já o fizeram e deixam aqui algumas impressões relativamente à versão melhorada do AO Tennis 2:

«Está incrível. O AO Tennis 2 conta com alguns tenistas conhecidos com grandes semelhanças da vida real, mas não inclui todos os jogadores do top mundial, como é o caso de Djokovic, Federer e Serena Williams. No entanto, é ainda possível criar um jogador de raiz e construir uma carreira. Quanto à jogabilidade: O controlo das pancadas, a forma como se consegue medir a força do serviço e os gráficos são impressionantes. É, indubitavelmente, uma opção excelente para quem gosta de ténis e de videojogos.», disse Patrícia, membro da equipa do Bola Amarela.

Quanto a mim, ainda vou ter que experimentar o jogo para tirar as minhas conclusões, mas é certo que, à primeira vista, os gráficos são excelentes, há uma preocupação grande para que o Melbourne Park seja o mais fiel possível à realidade e até o grafismo do marcador é muito idêntico (para não dizer igual) ao que todos nós vemos quando acompanhamos o primeiro Grand Slam da temporada pela televisão.

A equipa do Bola Amarela não pensa só em trabalho e, nesse sentido, encontrou um jogo de telemóvel ligado ao ténis que nos deixou, no mínimo, agarrados ao ecrã pelo menos durante a hora de almoço: o jogo chama-se Tennis Clash e é bastante engraçado: este é pautado por jogos até aos cinco pontos numa primeira fase e, depois disso, os duelos passam a ser uma espécie de tie-break até aos 7 pontos com diferença de dois em caso de empate. Podem jogar com os vossos amigos das redes sociais e até com os vossos colegas de trabalho ou amigos pessoais como eu faço, embora sem grande sucesso uma vez que o meu tenista virtual está muito menos trabalhado do que o de outros colegas da equipa do Bola Amarela que já têm algumas pancadas bem afinadas. O resultado é óbvio: muitas gargalhadas e até alguma chacota psicológica, mas sempre de forma amigável.

E agora já sabe: neste tempo em que o ténis está parado e que grande parte das pessoas estão em quarentena o melhor mesmo é divertir-se com estes simuladores da modalidade que nos apaixona pelo menos para passar o tempo de forma bem divertida! E já sabe: não se esqueça de ler o seu, o nosso, Bola Amarela!

Jornalista de formação, apaixonado por literatura, viagens e desporto sem resistir ao jogo e universo dos courts. Iniciou a sua carreira profissional na agência Lusa com uma profícua passagem pela A BolaTV, tendo finalmente alcançado a cadeira que o realiza e entusiasma como redator no Bola Amarela desde abril de 2019. Os sonhos começam quando se agarram as oportunidades.