Nuno Borges no Bola Amarela Podcast: «Nunca pensei já estar a 160 e tal do Mundo»

Nuno Borges no Bola Amarela Podcast: «Nunca pensei já estar a 160 e tal do Mundo»

Por Bola Amarela - março 7, 2022

Na ressaca de um dos fins-de-semana mais especiais da sua carreira, Nuno Borges marcou presença esta segunda-feira na 30.ª edição do nosso podcast para falar um pouco de tudo aquilo que sentiu durante os últimos dias no Complexo de Ténis da Maia.

“Foi uma eliminatória muito desgastante, especialmente a nível emocional. Já na minha estreia na Roménia tinha sido. É uma experiência exaustiva, nesta vez a jogar em casa, o singular e depois o par… foi duro. Mas essa intensidade toda fez destes encontros especiais e talvez os favoritos da minha carreira”, confessou-nos inicialmente.

E alguma vez Borges sonhou brilhar na sua cidade, perante tanta gente, numa Taça Davis? “Lembro-me da Taça Davis na Maia há uns anos e não me lembro de estar lá tanta gente, nem nas finais do Maia Jovem. Nunca nada trouxe tanta gente ao ténis como isto. As estrelas começaram a alinhar-se: eu ter sido convocado, termos jogado em casa, a Maia ter sido escolhida e eu jogar o singular e o par. Foi um conjunto de coisas. Não é todos os dias que se vivem momentos destes. Nunca pensei que um dia fosse possível jogar ali, perante tanta gente, no clube que me acolheu desde pequenino.”

Borges gostava de viver mais semanas como esta, mas lembra que são sempre dias desgastantes. “São semanas especiais mas desgastantes. Era interessante ter mais uma ou duas semanas destas, mas o facto de serem poucas também torna esta experiência ainda mais especial.”

As Davis Cup Finals são, naturalmente, um objetivo de todos. “Não pensamos muito na questão das Davis Cup Finals. Mas cada um de nós acredita que jogo a jogo é possível. Há muitos fatores. Por exemplo nesta eliminatória tivemos a sorte de o Hurkacz não vir. É também necessário que todos estejamos bem e saudáveis. Há uma série de coisas que fazem a diferença.”

Borges tem vivido uma enorme subida na classificação ATP apesar dos problemas de lesões dos últimos e de ter falhado o seu primeiro Grand Slam da carreira — Australian Open 2022 — com covid-19. O maiato desvaloriza os ‘azares’. “Eu estava muito nervoso na Austrália. De certo modo fiquei quase aliviado por não ter jogado e não ter feito asneira. Acabei por viver na mesma a experiência de estar no torneio e abriu-me os olhos a uma nova realidade. Estou bem em relação a isso. Podia ter jogado, perdido na primeira ronda e ter saído de lá menos positivo. Estou bem, comecei bem a época e sinto-me bem. Tento não pensar muito nesses azares porque nunca pensei estar já a 160 e tal do Mundo.”

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