Kyrgios arrasa brasileiro Bernardes: «Quem pode achar que é um bom árbitro?»

Kyrgios arrasa brasileiro Bernardes: «Quem pode achar que é um bom árbitro?»

Por José Morgado - março 30, 2022

Nick Kyrgios foi eliminado esta terça-feira nos oitavos-de-final do ATP Masters 1000 de Miami diante do italiano Jannik Sinner, num encontro que ficou marcado por polémica, com o árbitro brasileiro Carlos Bernardes a penalizar o australiano com três advertências. A segunda, que valeu um ponto de penalização a Kyrgios, deixou o jogador de Camberra furioso e gerou críticas que foram das redes sociais… à conferência de imprensa.

Fiquei frustrado. Não posso ficar frustrado? Acho que o Carlos (Bernardes) não sabe controlar bem o público, do meu ponto de vista. Todos terão a sua opinião. Eu só acho que o meu ponto de penalização não foi justo. Eu literalmente disse à minha box que o Matt Reid, um ex-jogador, também poderia fazer o trabalho de árbitro de cadeira. Se isso, no 5-3 de um tiebreak dos oitavos-de-final de Miami, com centenas de milhares de dólares em jogo, merece um ponto de penalidade, digam-me vocês… É ridículo”, disparou, antes de criticar ainda mais o árbitro brasileiro. “Quem pode achar que é um bom árbitro de cadeira? Se todo o público o vaiou, sendo o centro das atenções, para mim, não fez um bom trabalho. Ninguém em todo o estádio comprou bilhetes para vê-lo falar ou fazer o que faz. Temos o Sinner de um lado, que é uma das maiores estrelas do nosso desporto, e eu do outro. Muitos vieram ver-me, e temos esse tipo a falar e falar. Nunca estive num encontro em que as pessoas odiassem tanto um árbitro. Ele criou tudo aquilo.

https:\/\/bolamarela.pt//bolamarela.pt//twitter.com/NickKyrgios/status/1508955226849611789

Kyrgios disparou depois contra… o ATP Tour, de quem não espera sanções pesadas. Não acho justo. O Shapovalov acertou num árbitro de cadeira com uma bola e foi multado em 5.000 euros. Eu atiro uma raquete que não acerta em ninguém e eles multam-me em 25 mil. Este é o problema do ténis. O que mais eu tenho que fazer por este desporto? O ténis não protege as suas estrelas. O ATP nunca protege os jogadores. Fui ver aquele apanha-bolas no outro dia e dei-lhe a minha raqueta. Isso é algo de que ele vai se lembrar para toda a vida, mas o ATP não coloca isso nas redes sociais. Eu não me importo. Eu sei que sou uma boa pessoa, mas por que raio eles me penalizariam hoje? Eles não vão dizer nada a ele por causa da sua péssima arbitragem hoje, que foi horrível. O ATP não vai fazer nada com ele. Ninguém vai escrever artigos maus sobre isso. Ele vai aparecer em outro encontro e ninguém vai lembrar-se do quão mal ele esteve hoje. Eu, a minha namorada ou minha equipa teremos que lidar com os comentários ruins e o ATP nem quer saber”.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt