Justine Henin em entrevista: «Quero levar os meus filhos a Portugal»

Justine Henin em entrevista: «Quero levar os meus filhos a Portugal»

Por José Morgado - janeiro 27, 2021

Justine Henin marcou uma geração no ténis feminino. Antiga número um do Mundo e vencedora de sete títulos de Grand Slam (quatro em Roland Garros, dois no US Open e um no Australian Open), a belga é em termos curriculares a segunda melhor jogadora feminina deste século — apenas superada por Serena Williams — e continua ligada à modalidade atualmente: tem uma academia de ténis, dá palestras sobre a modalidade, mas evita pisa o court…

“Bato na bola aí umas 10 vezes por ano. O meu corpo já me dói bastante. Fisicamente já não estou ao nível e não gosto de estar em court se não estou ao nível. Ainda sou uma competidora. Também não passo muito tempo com os jogadores em court. Partilho mais os meus conhecimentos com os treinadores da minha academia. Ser treinadora, viajar, não está nos meus planos neste momento. Mas conheço todos os miúdos da minha academia, como jogadores e seres humanos”, confessou-nos Henin, que durante a quinzena do quadro principal do Australian Open será comentadora no Eurosport.

A campeã do Australian Open 2004 (derrotou Kim Clijsters na final) conta como é o seu dia a dia atualmente. “Sou mãe. A minha rotina é animada por causa dos meus filhos. Levo-os às escola e tenho de ter muita energia. Tenho uma vida normal, familiar. Tenho uma academia, por isso continuo ligada ao ténis, não apenas ao ténis porque também tenho uma fundação e dou conferências sobre como estar ligada ao mundo do ténis e ao mundo empresarial ao mesmo tempo. Faço muita coisa, mas a academia continua a ser a prioridade. Vou lá todos os dias. A situação de covid-19 está muito complicada na Bélgica mas esperamos por dias melhores. É importante encontrar um balanço entre a vida pessoal e profissional.”

Henin revela que comentar ténis na televisão é algo que lhe dá muito prazer. “Estou a comentar para o Eurosport durante os Grand Slams e isso é muito divertido para mim, porque ainda sou apaixonada pela modalidade. Quando vejo ténis agora, consigo analisar um encontro sem me lembrar da jogadora que eu era. Continuo a aprender todos os dias, com todas as minhas ativades.”

 

Henin apareceu na ribalta do WTA Tour em 2001, o único ano em que participou no Estoril Open, torneio que até 2014 teve quadro feminino. A belga tem memórias curiosas dessa semana, que aconteceu meses antes de surpreender e chegar à final de Wimbledon. “A minha maior memória do Estoril é que levei aí o único warning da minha carreira por partir uma raqueta. Para além disso, tenho ótimas memórias.”

A ex-líder mundial contou-nos que quer trazer os seus filhos ao nosso país. “Portugal está na minha lista para férias e para visitar as diferentes cidades. Nunca tive a chance de ir, mas está na minha lista porque ouvi muitas boas. Vamos levar as crianças aí assim que pudermos.”

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt