Heróis do dia de Portugal em discurso direto: «Isto é a Taça Davis mas nada está ganho»

Heróis do dia de Portugal em discurso direto: «Isto é a Taça Davis mas nada está ganho»

Por Pedro Gonçalo Pinto - março 4, 2022
Federação Portuguesa de Ténis/Miguel Pinto

Portugal viveu um grande na Taça Davis, ao avançar para uma vantagem de 2-0 contra a Polónia. Rui Machado, João Sousa Nuno Borges fizeram o balanço em conferência de imprensa.

Rui Machado

“Foi bom. É a minha primeira eliminatória em casa. Estou a ter o privilégio de jogar com público, muita gente, um excelente ambiente. Levamos duas vitórias, o que não é nada mau para a primeira experiência em casa. Isto é a Taça Davis.”

“Isto não está ganho. Já temos muita experiência de Taça Davis, sabemos perfeitamente que 2-0 não está ganho. Já recuperámos de eliminatórias de 0-2. Obviamente que é muito melhor estar 2-0 do que 1-1 ou 0-2. Os jogadores sabem que falta um ponto. Temos mais três oportunidades, espero que aproveitemos a primeira. Se não é na segunda ou na terceira.” 

“Apostei algo se ele desse a volta ao encontro. O jogo parecia pouco bem encaminhado e quis mostrar que na verdade eu acreditava. Não só porque acredito no jogo do Nuno mas na competividade dele. Foi mesmo para passar essa mensagem de que acreditava. Tinha de ser uma aposta forte.”

João Sousa

“Um jogo de Taça Davis é sempre complicado. Os rankings não contam para nada e é verdade. Fator casa jogou a nosso favor, especialmente no meu encontro. Quanto ao Nuno, sei o difícil que é jogar em casa, olhar para a bancada e ver muitas caras conhecidas. Tive isso em Guimarães e é difícil. É emocionante e eu emocionei-me na altura. O Nuno emocionou-se hoje depois de uma grandíssima vitória.”

“Fiz um bom encontro, um segundo set menos bem conseguido, mas um terceiro em que o apoio foi fundamental. A energia que deixámos no campo foi numa boa direção e isso deu resultados. Estamos contentes com estas duas vitórias, mas sabemos que a eliminatória não está ganha. Precisamos do apoio do público e isso é a diferença da Taça Davis.”

“Recorde de vitórias na Taça Davis? Vocês sabem que eu não ligo muito a essas coisas. Simplesmente foco na minha carreira. Em relação a seleção, sempre disse que é um orgulho representar Portugal. Nunca falhei uma eliminatória sem ser por lesão. Tento dar tudo para tentar vencer, tentar ajudar a nossa equipa. Obviamente essas estatísticas ficam sempre na história mas sinceramente não ligo muito aa isso.”

“Foi um ótimo dia. Já não jogava Taça Davis em casa há quatro anos. Jogar em casa é sempre muito especial. O ambiente é diferente, sente-se outra energia. Vencer jogando em casa é bom. Estou contente sem dúvida e só nos resta desfrutar, mas recuperar porque amanhã há mais um dia importante para nós e há que continuar o trabalho.”

“Tive oportunidade de trocar mensagens com o Nadal e disse-lhe que o percurso dele na Austrália deu-me bastante força para dar a volta a alguns encontros que estavam perdidos. Acabei por dar a volta num duelo com match points contra.” 

Nuno Borges

“O jogo foi uma mistura muito grande de muitas emoções. Passou-me muita coisa pela cabeça durante o jogo. Demorei um bocadinho a aquecer a máquina e o meu adversário entrou muito bem. Estou muito contente por ter dado a volta. Fez-me lembrar o ambiente que tive no Maia Open, com toda a gente a puxar por nós. É uma memória que vai ficar para muito tempo. O trabalho não está feito. Vou tentar libertar a carga emocional que tive.”

“Se estivesse ae jogar sozinho num torneio qualquer seria mais complicado, sem dúvida. Estava disposto a largar tudo em campo, mas ainda bem que tive o Rui e a equipa para ter a certeza que estava lá. Posso ganhar 6-0 e levar o resto do encontro e o contrário. Não importava o início, mas como acabava. Desde que o encontro não estivesse 2-0 em sets para o outro, eu ia largar tudo em campo.”

“Se não é o maior triunfo, não estou a ver qual seria. É dos momentos mais especiais da minha carreira. Mas sinto que tenho jogado encontros maiores, agora numa competição destas. É normal que valorize muito estes momentos, principalmente à frente do meu público, no meu clube, com a equipa que mais gostaria de estar e representar.”

“Aposta com o Rui? O que foi importante foi o momento em que se fez a aposta. Mostrou que acreditava em mim.”

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt