Gastão Elias radiante com reviravolta: «Nem sei muito bem como dei a volta a isto»

Gastão Elias radiante com reviravolta: «Nem sei muito bem como dei a volta a isto»

Por Pedro Gonçalo Pinto - abril 9, 2022
Créditos: Sara Falcão/FPT

Gastão Elias continua absolutamente imparável e está novamente na final do Oeiras Open. Depois de ganhar o torneio na semana passada, agora vai discutir o título com Alessandro Giannessi, isto depois de dar a volta a Zdenek Kolar, num encontro que estava a complicar-se muito ao início. No entanto, o lourinhanense reagiu e acabou em grande estilo.

ANÁLISE AO ENCONTRO

Mais uma final, mais uns quilómetros corridos, mais umas horas de ténis somadas. Não sei muito bem como dei a volta a este jogo. Ao início parecia que ia ter um desfecho bastante infeliz. Senti que o meu adversário estava bem, sentia que estava consistente e muito agressivo sem cometer grandes riscos. Isso deixou-me mais frustrado e sei saber bem o que fazer. As condições não estavam muito favoráveis para mim, era muito lento, num dia muito húmido e bolas muito pesadas. Era preciso fazer muita força para que a bola fizesse mossa no adversário. Estava a ter dificuldades com isso e não estava nos meus dias mais frescos fisicamente. Ao início via o jogo bastante complicado para o meu lado. Depois fui melhorando, o jogo começou a ser mais rápido, comecei a causar mais dificuldades principalmente com a minha direita. Fiz mais winners e, a juntar a isso, fiquei mais tranquilo, mais lúcido, e comecei a entender melhor o jogo para encontrar melhores soluções. Acabei a jogar um excelente ténis, com poucos erros não forçados, muito confiante. Foram dois jogos totalmente diferentes, o do primeiro set e o dos outros dois. Fico feliz por mais uma vez ter arranjado soluções num dia que parecia que ia ser mais complicado.

IMPORTÂNCIA DA EXPERIÊNCIA

A minha experiência ajuda, ajuda o facto de estar confiante, a jogar bem, vir de muitas vitórias. Tudo isso somado faz com que nestes momentos mais duros consiga arranjar soluções e dar a volta ao resultado. Se estivesse num momento pior de forma se calhar não conseguiria. Soube aproveitar bem isso.

REENCONTRO COM GIANNESSI

Com certeza será um jogo menos tranquilo do que a semana passada. Eles aprenderam com o jogo da semana passada. Senti que ele hoje em termos anímicos estava muito melhor do que na semana passada. Acho que vai entrar para esta final totalmente diferente. Não espero um jogo nem pouco mais ou menos parecido com o que foi o outro. Mas acredito que se estiver bem, lúcido, a jogar um bom ténis, consigo que as coisas venham para o meu lado e saia com a vitória. Uma final é sempre uma final, mas vai ser muito diferente.

PREPARAR ALGO DIFERENTE

Não me vou preocupar com o que ele pode ou não fazer. Eu e o Gui vamos estar mais concentrados no que temos de fazer. Vamos pegar no que fizemos na semana passada e tirar alguns pontos daí. Com isso, pode ser que seja um dia positivo.

MOMENTO DECISIVO NO TERCEIRO SET

Não sei se senti que ele deixou de correr às bolas, mas eu claramente elevei o meu nível a partir do 0-30. Tive um terceiro set excelente, com muitos poucos erros. A certa altura senti que ele deixou de saber o que fazer e não tinha soluções para o que eu estava a fazer dentro de campo. Isso deixou-me depois jogar de forma tranquila até ao final do set. Não foi tanto pelo primeiro jogo, mas pelo que fiz a partir daí. Não dei muitas aberturas para ele voltar a entrar em jogo.

O QUE ANALISOU DE KOLAR

O computador do Gui rolou muito o jogo dele com o Kuzmanov, o que tinha feito nos momentos mais tensos. Acho que funcionou bem de certa forma. A partir do momento em que me comecei a sentir bem dentro de campo e a impor o meu ritmo, o jogo começou a ser totalmente diferente. Em combinação com o que tínhamos falado, acabou por ser mais um excelente dia.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt