Gasquet defende Djokovic: «Não apontou uma arma para obrigar a jogar»

Gasquet defende Djokovic: «Não apontou uma arma para obrigar a jogar»

Por Tiago Ferraz - junho 23, 2020
Richard-Gasquet

O tenista francês Richard Gasquet deu uma entrevista ao jornal francês L’Equipe onde é bastante frio na análise a tudo o que se tem passado no mundo do ténis, em particular, com os casos de covid-19 de Dimitrov e Coric.

“Vi que num torneio de golfe nos Estados Unidos houve um caso positivo, mas isso não impediu que o torneio se realizasse. Vai acontecer o mesmo no ténis, não vão parar o torneio por causa de um jogador que acusou positivo. No US Open acho que seria isto que se iria passar. Não me surpreendeu, não me traumatizou e nós temos que nos habituar a isto. O que vi nas fotos do Adria Tour é que eles não tiveram muitos cuidados. Para nós, é raro ver novos casos positivos, mas temos que entender que estamos numa nova era. É um novo mundo completamente diferente do que vivíamos. Ainda assim, ficava surpreendido se isto parasse o circuito. Os torneios não vão parar por causa disto”, disse.

Richard Gaquet é ainda da opinião de que Novak Djokovic não pode ser o único e o principal ‘culpado’ pela situação vivida no Adria Tour:

“Djokovic não é o principal culpado. Não foi ele quem que apontou uma arma à cabeça dos jogadores para obrigar a que houvesse 5000 espetadores num só lugar. Ainda assim, é claro que foi o único sítio no mundo onde vimos tanta gente aglomerada num único sítio”, afirmou.

O tenista gaulês está ainda cético quanto ao futuro do ténis em 2020:

“Não tenho medo (do futuro), mas também não estou particularmente atraído para o que possa acontecer. Não está nada claro o que se vai passar no US Open. Ninguém sabe como vai estar a situação a nível de saúde daqui a dois meses. O US Open ainda está muito longe e toda esta situação é aplicada a todos e não só aos tenistas. Um único caso positivo não é preocupante, o problema é que o vírus pode espalhar-se de forma séria”, concluiu.

Jornalista de formação, apaixonado por literatura, viagens e desporto sem resistir ao jogo e universo dos courts. Iniciou a sua carreira profissional na agência Lusa com uma profícua passagem pela A BolaTV, tendo finalmente alcançado a cadeira que o realiza e entusiasma como redator no Bola Amarela desde abril de 2019. Os sonhos começam quando se agarram as oportunidades.