Federer pensa em retirar-se? «Só ainda joga porque tem muita paciência»

Federer pensa em retirar-se? «Só ainda joga porque tem muita paciência»

Por José Morgado - fevereiro 25, 2021
federer

Roger Federer prepara-se para voltar ao ténis mais de 13 meses depois no ATP 250 de Doha, a partir de 8 de março, e as dúvidas sobre o nível a que vai voltar são perfeitamente naturais, até para quem trabalha com ele, como é o caso do seu preparador físico de longa data, Pierre Paganini. Numa longa entrevista esta quarta-feira, Paganini falou sobre a palavra proibida para os fãs de Federer: ‘reforma’.

“Se ele já pensou em reformar-se? Calculo que sim, mas tenho a certeza de que quer fazê-lo nos seus termos, sem ser obrigado. É claro que há um limite. Quem o vê a treinar da forma que eu vejo, é evidente que não imagina a retirar-se em breve, mas esse tipo de decisões são dele. Com 39 anos, é preciso ter muita paciência e um enquadramento familiar ideal para ainda ter uma carreira como a dele. E ele tem essa paciência e só ainda joga por causa disso”, assegurou o preparador físico.

Sem paixão pela modalidade… tudo seria impossível. Quando um jogador de 40 anos completa com sucesso um exercício em court que uma pessoa de 70 anos faria bem e fica contente com isso… está ali paixão. É preciso ter-se um feitio muito especial para se passar por certo tipo de coisas. Ele é especial. As pessoas vão dizer “falas isso porque fazes parte da equipa do Federer”. Mas é a verdade. Fico constantemente surpreedido comigo mesmo e às vezes pergunto-me: por que razão ele continua a fazer isto tudo?. É um fenómeno. Quando viu que a operação estava a correr bem e saltou o primeiro obstáculo que colocámos no primeiro exercício, ele ficou eufórico. Trocou as muletas pelos obstáculos. Com os primeiros exercícios, sentiu a incerteza. Mas depois ficou muito orgulhoso de os ter saltado. Quando vês isso, as emoções surgem. Fico mais jovem ao vê-lo melhorar”.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt