Christian Harrison não desistiu e voltou a sorrir oito operações depois

Christian Harrison não desistiu e voltou a sorrir oito operações depois

Por José Morgado - janeiro 9, 2021
harrison

Christian Harrison, jovem norte-americano de 26 anos que depois de ter andado perto do top 100 mundial está agora fora dos 700 primeiros (789.º), vai subir ao court este sábado em Delray Beach, nos Estados Unidos, para jogar o encontro mais importante dos últimos anos na sua carreira. O tenista de Shreveport, irmão mais novo de Ryan Harrison, ex-top 40 ATP, defronta na segunda ronda da prova o chileno Cristian Garín, primeiro cabeça-de-série, mas aconteça o que acontecer esta já foi uma das semanas mais especiais da carreira de Harrison.

O norte-americano recebeu um convite para jogar a fase de qualificação do torneio que abre a temporada ATP, ultrapassou essa etapa preliminar e apurou-se entretanto para a segunda ronda, com um triunfo expressivo e em dois sets diante do argentino Tomas Etcheverry, na primeira ronda. Foi a sua primeira vitória em quadros principais ATP desde julho de 2018!

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Mas tudo isto tem mais significado se contextualizado: Harrison já foi operado por oito vezes às mais diferentes parte dos corpo, sendo que numa delas, ao fémur, chegou mesmo a temer-se que fosse um cancro, e essa lesão impediu-o sequer de andar durante quase dois anos, ainda na sua adolescência. Mais recentemente, em 2018, nova operação, desta feita ao ombro. A recuperação esperava-se mais curta mas a verdade é que Harrison nunca mais foi o mesmo… até agora.

Tinha grandes expetativas durante a minha adolescência e não é fácil para um jovem aceitar que as lesões o privam a toda a hora de cumprir os seus sonhos. Tudo o que me aconteceu de mal faz-me desfrutar de cada minuto em campo e enfrento os encontros sabendo que há coisas muito piores do que perder. Eu só quero ganhar a vida a fazro o que amo”, desabafou o tenista de 26 anos, que ainda vai a tempo de ter uma carreira interessante.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt