Cervara e o US Open de Medvedev: «Fez-me lembrar França no Mundial de futebol em 1998»

Cervara e o US Open de Medvedev: «Fez-me lembrar França no Mundial de futebol em 1998»

Por Pedro Gonçalo Pinto - setembro 17, 2021

Um jogador que ganha um título do Grand Slam fala muito sobre o que sentiu, especialmente quando se trata de uma primeira vez. É esse o caso de Daniil Medvedev depois de conquistar o US Open. Mas também importa ouvir os treinadores, ainda para mais quando se trata de alguém como Gilles Cervara, um homem que se expressou de forma muito curiosa para explicar o que lhe passou pela cabeça.

“Com um Grand Slam quase podes entrar no Panteão, mas até parece ridículo em comparação com ter 20 Slams. Foi uma emoção indescritível. Não tenho palavras, mas uma imagem. Levantei os braços, olhei para o céu e tive uma enorme alegria que me fez lembrar França no Mundial de futebol em 1998. Cresci com essas imagens a motivarem a busca da vitória, mas pela primeira vez passaram a ser reais”, admitiu o treinador francês.

O que vem a seguir? Cervara analisa tudo com muita calma. “Os Grand Slams são um pack. Mas cada objetivo requer muito trabalho e de melhorar diariamente. A equipa já pensa que ganhou um Grand Slam, mas vemos muitas coisas a melhorar. Há que corrigir com o potencial de ter grandes resultados. Para ser número um do mundo e ganhar outros Grand Slams há que alcançar coisas concretas no trabalho diário. Vamos fazer e, no fim, podemos dizer que sim, que ganhámos! Acho que o Daniil não é capaz de ganhar Roland Garros em 2022, ainda não. Mas Wimbledon sim”, disparou.

Um dos fatores que fizeram a diferença no ténis de Medvedev foi a resposta ao serviço. Não há dúvidas de que foi um dos pontos fortes do russo, algo que merece uma história curiosa de Cervara. “Faz parte das suas preferências espontâneas. Quando olhamos para isso parece absurdo. Quando comecei a trabalhar com ele pensava que era impossível ganhar estando tão longe da linha de fundo porque se abria muitos ângulos. Tentei aproximá-lo da linha, mas ele recusou. Sentia que se se aproximava as coisas deixavam de funcionar. Tive a inteligência de o escutar e de me meter no lugar dele. As estatísticas mostram que é uma resposta muito eficaz”, sublinhou.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt